Arte e modernidade. Duas maravilhas. Você tem certeza? Eu adoro polêmica.
E eu pergunto: quem nunca ouviu ou falou a frase “isso aí meu filho de 5 anos faz melhor” em relação a uma obra de arte? Eu sou um exemplo dos dois casos.
Sou apenas uma dessas pessoas normais, que gostam de ler e que acompanham fatos, modas e acontecimentos, vão a museus e galerias e andam pelo mundo observando as coisas e as pessoas. Gostaria muito de ter talento e ser uma artista, mas sequer tenho formação em artes ou em história da arte, quer dizer: jamais poderia nem ser uma crítica de arte. Portanto, o que estou fazendo é dar meus pitacos. E aqui vão eles.
O conceito de arte hoje é bem amplo e o de modernidade, então, abre portas para coisas que beiram os limites da falta de sentido, de bom senso, de bom gosto e de ridículo. Dizer isso é uma dessas coisas que não se deve fazer, sob o risco de receber olhares enviesados, de reprovação, ou, no mínimo, daquele desprezo de quem se acha muito superior do alto de sua… modernidade, óbvio.
Numa de minhas viagens e idas a museus, aconteceu comigo uma coisa muito engraçada, que exemplifica muito bem o que penso. Eu, uma moça muito bem comportada, principalmente em museus, levei uma bronca de um segurança do MoMA de NYC! E eu ri! Sim, tive que rir, não por desrespeito ao segurança, a quem pedi desculpas, claro, mas pelo inusitado da situação. Explico.
Estava com minha prima Paula (uma moça também muito bem comportada e culta) numa sala cheia de arte que não conseguíamos entender. Havia enormes pranchas de madeira (ou algo parecido) laqueadas de várias cores cada uma, muito altas, quase da altura do pé direito das salas do MoMA (que é bem alto) encostadas nas paredes. Havia também outros objetos nas paredes: umas protuberâncias ovais leitosas de um tipo de resina, uma caixa luminosa colorida com algo que deviam ser centenas de leds de várias cores piscantes, enfim, diversas… artes. No meio da sala, havia quatro coisas estranhas e uma delas era uma escadinha com um quadrado de compensado no alto e no centro do quadrado uma câmara fotográfica antiga. Como do outro lado havia uma outra arte colorida estranha, achei que aquilo era uma dessas artes interativas… e subi… e levei bronca. Eu tinha que rir ou não tinha? É muita “arte” para a minha cabeça! E saímos daquela sala maluca, nós duas rindo muito dos que olhavam para aquilo tudo com cara séria de quem entendia tudo de arte e modernidade. Que gente maluca!
Essa divertida experiência serviu para comprovar mais uma vez minha tese de que as visitas ao MoMA devem mesmo ser restritas às minhas salas favoritas e só. As outras, só quando eu quiser dar risada…
Se você é como eu, também deve ter rido muito quando o faxineiro de um museu italiano jogou no lixo o que ele achava ser lixo e era uma obra de arte. E esse não foi o primeiro faxineiro que resolveu fazer o papel de crítico de arte ao cumprir sua função. E não será o último, pelo jeito. Se você não soube da história, veja aqui.

Mas a pior prova de que o conceito de arte e modernidade ligadas a qualquer manifestação artística passou de qualquer medida lógica aconteceu na Art Basel de Miami do ano passado. Quem não viu, veja aqui. Uma moça que visitava a exposição sofreu uma tentativa de homicídio ao ser esfaqueada por uma louca diante de todos, que assistiram à cena passivamente porque achavam que aquilo era parte de uma performance artística!! É normal? Não, para mim não é normal. Assim como não é normal tanta modernidade na arte.
O quadro que ilustra o início do post é um dos inúmeros pintados pelo genial Claude Monet das maravilhosas ninféias de seu jardim. E eu adoro. Aliás, o banco que existe no MoMA, em frente ao grande mural de Waterlilies de Monet é um dos melhores lugares do mundo para se sentar, na minha opinião.
Como eu disse no começo e como deixei claro no meu “sobre”, gosto de uma polêmica, pois ela trás a luz. Onde só há concordância, só há chatice ou – pior – autoritarismo. Não é mesmo? Aguardem, pois vem mais por aí…
Fotos by Fine Art America, Goldschied & Chiari